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Coffee Coin, o café digital



É fato inegável que as criptomoedas ocupam cada vez mais espaço no debate e até nas carteiras de investidores, entusiastas, ou mesmo legisladores. Vide o reconhecimento do Bitcoin como moeda em El Salvador.


Uma rápida pesquisa no Google Trends nos mostra que desde 2016 ocorreram alguns picos de interesse no termo Bitcoin que vem subindo cada vez mais.




Se a moeda passará a ser aceita normalmente como outras moedas oficiais e se tornará um meio de se fazer câmbio ou uma commodity digital não podemos dizer, contudo há uma inegável contribuição para o desenvolvimento de diversas tecnologias conhecidas pelo termo DeFi, abreviação de Decentralized Finance.


O termo engloba tanto as moedas digitais construídas com objetivo de se tornarem meios de troca quanto outras tecnologias de registro que utilizam do blockchain como forma de validar transações ou fazer registros que validam empréstimos, criação de derivativos e outros serviços que no sistema financeiro atual necessitam de uma instituição intermediária.


Outro exemplo que foge do padrão tradicional e que possivelmente não foi prevista pelos criadores do blockchain é a nova moeda digital Coffee Coin, criada em Minas Gerais pela cooperativa Minasul em parceria com a StonoEx, corretora especializada na criação e comercialização de tokens através da tecnologia blockchain.


A moeda foge da crítica comum ao Bitcoin e demais moedas digitais sem lastro através da garantia da cooperativa que emite as moedas lastreadas em café. Isso mesmo! Cada Coffee Coin equivale a um quilograma de café que fica armazenado na cooperativa, criando assim um bem material que garante o valor da moeda acompanhe o preço internacional do café.


Apesar de ser a primeira criptomoeda tendo como ativo base o café, a ideia de criar lastros em ativos reais não é nova, sendo inclusive reconhecida como uma categoria específica, a das stablecoins, cuja principal característica é a existência de ativos lastreando o valor das transações digitais com objetivo de aumentar a confiança dos usuários e por consequência diminuir a volatilidade.


Apesar da existência dos contratos futuros de café em bolsa já permitirem que pessoas que tem pouco ou nenhum contato com a agricultura invistam nesse mercado, estes possuem um tamanho mínimo e liquidez que pode dificultar a realização de negócios, sendo negociadas 100 sacas por contrato (equivalente a 6.000kg) facilitando assim a ampliação do número de investidores aos quais o diretor de novos negócios da Minasul, Luis Albinati, chama de cafeicultores digitais.


Além da alternativa de investimento através da criptomoeda, ela também traz a possibilidade de ser usada como meio de troca entre produtores de café e fornecedores de insumos como adubos, plantas e defensivos. Desse modo, há o aproveitamento tanto da maior estabilidade do mercado de café em relação a criptomoedas, quando da liquidez desse mercado, já que em última instância a moeda pode ser trocada por sacas de café padronizadas a nível de qualidade negociado na bolsa de Nova York que ficam armazenadas em uma das unidades da cooperativa em Minas Gerais.


Por fim, os criadores consideram que o grande potencial para mudar a forma como a cadeia de produção do café comercializa o grão está também ancorado na facilitação do Barter, uma operação comumente realizada por grandes produtores de commodities agrícolas onde esses simultaneamente trocam parte de sua produção por insumos e o fornecedor de insumos vende para indústrias e compradores, realizando de forma antecipada a movimentação da cadeia produtiva.


Luan Pereira

Graduando em administração

Equipe de Mídias

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