No dia 18 de novembro, aconteceu o bate-papo com Matheus Volpato da XP Investimentos, na Valor Investimentos, na qual foi discutido o cenário econômico atual e oportunidades de investimentos. Após o bate-papo, fizemos algumas perguntas ao Matheus sobre carreiras e mercado financeiro e você pode acompanhar na íntegra abaixo.
UFES FINANCE: Quem é Matheus Volpato?
MATHEUS VOLPATO: Matheus Volpato é formado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Espírito Santo e pós-graduado em Controladoria e Finanças Corporativas pela Escola de Economia de São Paulo – FGV. Atua hoje como Assessor de Investimentos na XP Investimentos e com experiência na área comercial da Fitch Ratings, agência de classificação de risco internacional. Passagens anteriores no Banco Santander, Caixa Econômica Federal e ArcelorMittal Tubarão.
UFES FINANCE: Quando optou pelo curso de Ciências Econômicas, já tinha em mente atuar no Mercado Financeiro?
MATHEUS VOLPATO: Confesso que não. Inicialmente almejava atuar em alguma atividade gerencial em companhias industriais.
UFES FINANCE: Quando foi a primeira vez que teve contato com o mercado financeiro?
MATHEUS VOLPATO: Meu primeiro contato com o mercado financeiro foi através do Banco Santander, estagiando em uma agência bancária. Esse momento foi importante para desenvolver o gosto pela área e buscar informações fora do próprio banco.
UFES FINANCE: Quais foram os erros com que você mais aprendeu em sua trajetória?
MATHEUS VOLPATO: Refletindo sobre os erros, acredito que a ansiedade e a falta de
investimento na imagem profissional foram os principais. Em minha primeira experiência de trabalho, na agência de classificação de risco, acredito que o meu valor e comprometimento foram enxergados de forma mais clara pela companhia no momento que solicitei o rompimento da relação. Acredito que falhei em promover minha imagem e assim conseguir maiores destaques e oportunidades dentro da empresa. Hoje, vejo que a ansiedade por resultados e promoções é algo que trabalho diariamente, sendo necessário uma autoavaliação para manter o foco no trabalho com excelência.
UFES FINANCE: Qual é seu conselho para quem está na universidade e tem interesse em atuar no mercado financeiro?
MATHEUS VOLPATO: Enxergo hoje três pontos importantes para quem quer seguir uma carreira no mercado financeiro. 1- Aprendizado continuo. O mercado financeiro é muito dinâmico e exige de seus profissionais um aprendizado ininterrupto. A atualização precisa ser diária. É necessário estar a par do cenário político, legal, econômico (tanto nacional quanto global) e produtos. Vejo que muitas pessoas acabam por focar na rotina do dia-a-dia e minimizam esse quesito que, ao meu ver, é fundamental. 2- Trabalho duro. O ambiente do mercado financeiro é um lugar de competição extrema que somente quem abdicar de parte substancial do seu tempo irá conseguir crescer. Possuir qualificação técnica é fundamental, porém, a intensidade diária é de suma importância para alcançar saltos maiores. 3- Expandir suas fronteiras. Infelizmente o Espírito Santo ainda é um mercado muito restrito para atuação. Poucas empresas, como a Valor, abrem possibilidades reais de crescimento. Ficar limitado a determinada região pode ser um fator fundamental para o fracasso de um profissional. Nessa linha, procurar mercados maduros e estar aberto a propostas em diferentes localidades será um fator importante para o sucesso no longo prazo. Enxergo São Paulo como um grande centro e recomendo que pessoas com interesse na área procurem oportunidades na região. Por fim, esteja com a cabeça tranquila e goste do que você faz. Com isso, os quesitos acimas serão obstáculos bem menores.
UFES FINANCE: Quais livros você indicaria para quem quer conhecer mais sobre o mercado financeiro?
MATHEUS VOLPATO: Gosto muito do Sonho Grande em matéria de inspiração e compreensão do ambiente e do Manual de Investimentos do Bodie, Kane e Marcus para aperfeiçoamento analítico.
UFES FINANCE: Qual a importância de iniciativas como a UFES Finance nas universidades?
MATHEUS VOLPATO: Enxergo como uma iniciativa importantíssima para o desenvolvimento e disseminação do conhecimento financeiro. O brasileiro comum possui um elevado
déficit em matéria de conhecimento financeiro. Essa adversidade é agravada por peculiaridades da nossa economia, principalmente no que diz respeito a inflação e juros, gerando distorções ainda maiores na sociedade. Essas distorções são materializadas em uma baixa poupança, endividamento elevado, excessivos custos com juros e desconhecimento de produtos financeiros. Nessa linha, iniciativas como a UFES Finance possuem a capacidade de trabalhar nesses gaps, levando informação para pessoas desprovidas e formando profissionais capazes de atuar no mercado.